Uma discussão importante que, na prática societária, tem vindo a conquistar crescente relevo reside na fixação de um limite máximo de idade dos administradores.
Duas tendências contrapostas devem ser tidas em consideração. Procura-se, de um lado, que a energia física e a frescura intelectual sejam adequadas à elevada exigência envolvida nas funções de administração. Por outro lado, a par do aumento médio da esperança de vida e da melhoria das condições de saúde dos cidadãos séniores, não é menos certo que a experiência profissional constitui um elemento crítico no perfil de candidatos ao órgão de administração.
Assim, dada a dificuldade em estabelecer orientações regulatórias precisas, o tema escapa à regulamentação em vigor e é usualmente confiado aos estatutos ou ao regulamento do órgão de administração. Nos EUA, a maioria das sociedades que intervém neste tema sensível fixa o limite etário aos 72 anos. São, porém, conhecidos diversos exemplos de sociedades que estabelecem limites etários mais elevados – como ilustrações: Walt Disney Co. (74 anos), Goldman Sachs e UAL Corp. (75 anos). No Reino Unido, um relatório recente observa: “While a few exceptions drag the overall age average down in certain markets, most Chairmen and Non-Executive Directors tend to be in their 60s, suggesting that businesses could face issues with succession planning in the long term.” O mesmo relatório conta que o Chairman de sociedades cotadas britânicas mais idoso, Jacques Gaston Murray, tem 94 anos.