O discurso da responsabilidade social já tem uns bons anos, mas a realidade tem mostrado que a criação de valor para o acionista não exclui necessariamente, e muitas vezes depende mesmo, de uma adequada consideração pelos valores dos restantes stakeholders da empresa.
Mais recentemente tem emergido um universo de investidores que tomam em conta, como fator relevante para o investimento, os critérios ESG (Environmental, Social, Governance). Ao investir de acordo com este tipo de critérios, os investidores mitigam, desde logo, o risco reputacional, especialmente importante para certos investidores (como sejam muitas fundações), evitando o investimento em empresas com práticas menos transparentes ou éticas. Por outro lado, tem igualmente vindo a perder peso o argumento de que estes critérios prejudicam necessariamente o potencial de retorno do investimento – alguns estudos empíricos que têm justamente vindo a rebater esse mito.
Por outro lado, esta tendência tem ainda potenciado um novo tipo fundos, chamados por vezes de Charity-Funds. Nestes fundos, geridos sob o mesmo género de critérios, os investidores, bem como outros envolvidos (sociedade gestora, depositário, comercializador), abdicam de parte do retorno a benefício de certas entidades do terceiro setor (ONGs como a Cruz Vermelha, por exemplo) – uma alternativa interessante aos donativos diretos ao terceiro setor.
Entre outras fontes, vide os interessantes artigos sob o mote “Sustainable Finance” na revista Private. Das Geld Magazin, págs. 30ss.