O novo relatório da Hampton-Alexander Review no Reino Unido mostra que tem havido algum progresso em matéria de género na composição dos conselhos de administração e comissões executivas das maiores empresas Britânicas. O relatório analisa os 23,000 lugares de administração executiva e não executiva e conclui que – durante o ano passado – apenas 36% dos lugares de administração que ficaram disponíveis foram para mulheres. A este ritmo o objectivo de 33% ate ao final de 2020 no principal índice FTSE100 está comprometido. Esse objectivo é já impossível de atingir no FTSE 250. Apesar disso, existem empresas que foram além do objectivo demonstrando que algumas das barreiras identificadas são mais uma questão de mind-set do que de disponibilidade de talento no feminino. A percentagem de executivos mulheres no conjunto da comissão executiva e reportes directos é particularmente elevada em empresas como Burberyy Group PLC (61.3%), Next PLC (53.9%), a Sever Trent (43.9%), ITV PLC (42.1%), WM Morrisons Supermarkets (41.4%) e a Astrazenca plc (40.3%). Esta tem sido também uma aposta do Lloyds Banking Group liderado pelo português António Horta-Osório.
Em Portugal, onde os tempos de serviço em cargos de liderança são relativamente longos e em muitos casos recrutados internamente, o progresso não será alcançado de forma substantiva se as empresas não souberem criar internamente oportunidades para o desenvolvimento dos seus quadros no feminino com vista a ocuparem lugares de destaque no médio prazo. A atracção de talento estrangeiro, sobretudo no caso de empresas altamente internacionalizadas é também uma opção que traz vantagens adicionais.
O relatório pode ser consultado aqui.