O governo das bolsas

Notícias

Não pode passar despercebida a nova vaga de concentrações entre as maiores bolsas de valores mundiais. De um lado, está anunciada a fusão entre a London Stock Exchange e a canadiana TMX (http://www.cbc.ca/world/story/2011/02/09/tmx-lse-merger.html?ref=rss ). De outro lado, decorrem aceleradas negociações para uma integração entre a NYSE Euronext e a Deutsche Börse (http://www.ft.com/cms/s/0/c40ee2f0-3461-11e0-993f-00144feabdc0.html ). Já no início do ano, semelhantes manobras atingiam as bolsas da Colômbia e Peru, entre outras. Se recuarmos um pouco, o movimento de integração de bolsas atingiu a Bovespa e a BMF (Brasil, 2008), a CME e a Nymex (USA, 2008), a Nasdaq e a OMX (USA/ Suécia, 2007), a CME e CBOT (USA, 2006) e a NYSE e Euronext (2006).

O modelo de propriedade das bolsas tem evoluído bastante nas últimas duas décadas, em direcção a uma maior empresarialização. A desmutualização das bolsas é um dado totalmente assumido. Hoje as sociedades que gerem as bolsas estão cotadas e disputam de modo aceso as respectivas quotas de mercado. Por seu turno, os avultados investimentos necessários em IT forçam uma maior integração entre as maiores plataformas mundiais. Claramente, os modelos de integração preferidos passam pela fusão de bolsas, sendo abandonadas as OPAs entre bolsas, que se saldaram por inêxitos no passado.

Este cenário deixa, porém, em aberto a questão de saber se estes movimentos serão suficientes para suster o avanço importante conquistado por operadores de plataformas de negociação mais pequenos e mais eficientes. Decididamente, quanto ao governo das bolsas não atingimos ainda o fim da História.