O mau desempenho das empresas do sector financeiro, percepcionado como o resultado da falta de eficácia da supervisão e também da acumulação de erros de gestão, está a motivar reacções intensas por parte dos accionistas. Citigroup, Barclays e Aviva são alguns exemplos de instituições nas quais, muito recentemente, no âmbito dos mecanismos de escrutínio através da assembleia geral (say on pay), os accionistas votaram contra os pacotes remuneratórios propostos para as respectivas administrações, considerados excessivos em face dos resultados apresentados.
O aperto do controlo da política de remuneração dos órgãos sociais pode, porém, ser apenas o primeiro passo. Quanto maior for a falibilidade dos guardiães tradicionais, maior será seguramente a intervenção reclamada pelos investidores.
A tentativa de redesenho das relações entre accionistas e gestores a que deverá assistir-se num futuro próximo será um excelente laboratório para o governance.
Martim Krupenski