Stakeholder Capitalism

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A ideia dominante numa dada época aprofunda-se e progride no sentido para que aponta. A partir dos anos 80 do século vinte a ideia dominante acerca do propósito das sociedades foi a de que a sociedade comercial deve preocupar-se em gerar lucros para os seus accionistas. O resto virá por acréscimo e encontrará os seus pontos de equilíbrio naturais.

À medida que o aprofundamento desta ideia extrema o pêndulo para um lado, o seu, o peso de ideias (e interesses) contrapostos começa a exercer contrapressão. Até que se chega a um ponto de retorno, em que o pêndulo inicia viagem de sentido oposto.

É inevitável este movimento pendular em sociedades feitas de coisas e pessoas desiguais, livres, pensantes e com iniciativa própria. Não é possível ficarmos individual ou colectivamente quietos num ponto dito central, sem movimento pendular algum, mortos. A não ser que estejamos mortos, claro, ou que politicamente falando tenhamos sido aniquilados.

Diversos sinais apontam para uma nova ideia forte na conformação das sociedades comerciais, e do capitalismo em geral: a ideia de “stakeholder capitalism”.

O ideal é conseguir dosear os movimentos pendulares de modo a que as experimentações económico-sociais não se extremam demasiado condenando-nos com isso a revoluções e contra-revoluções (evitar movimentos pendulares de grande amplitude).

Estas são incapazes de conservar o bom das experimentações anteriores, causando danos e atrasos colectivos pesados aos povos. E promovem um constante lançar e relançar de dados operativos de redistribuições expropriativas que nada têm que ver com o trabalho, engenho ou esforço. Que têm a ver apenas com quem apanha ou não um lugar no novo comboio.

Que o stakeholder capitalism anule excessos. Sem excessos – para que o que seja capaz de trazer de bom tenha hipótese de se conservar para lá do seu movimento pendular.

 

The rise, fall and rise again of businesses serving more than just their shareholders

 

Making Stakeholder Capitalism a Reality